Em uma sociedade marcada por diversas formas de preconceito, existe uma que, embora onipresente, é frequentemente velada ou ignorada: a aporofobia. O termo, cunhado pela filósofa espanhola Adela Cortina, vem do grego (á-poros, sem recursos, e fóbos, medo) e define com precisão a aversão, o desprezo e a hostilidade direcionados a pessoas pobres e em situação de vulnerabilidade. É o preconceito que não se baseia na cor da pele, na nacionalidade ou na religião, mas sim na condição de pobreza.
O Que a Aporofobia Não É: A Distinção Crucial
Para entender a aporofobia, é fundamental distingui-la de outros preconceitos. Adela Cortina argumenta que não temos, de fato, xenofobia (aversão a estrangeiros), mas sim aporofobia. O estrangeiro turista, o investidor ou o atleta famoso de outra nacionalidade são bem-vindos e, muitas vezes, admirados. A rejeição se manifesta contra o imigrante ou o refugiado que chega sem recursos, buscando uma nova oportunidade de vida. Da mesma forma, o racismo e a aporofobia podem caminhar juntos, mas são distintos: a aporofobia é a camada de preconceito que se foca especificamente na ausência de poder econômico e status social.
As Múltiplas Faces da Aporofobia no Cotidiano
A aporofobia se manifesta de formas sutis e explícitas em nosso dia a dia, muitas vezes normalizadas como parte da paisagem social:
- Arquitetura Hostil: A instalação de pinos metálicos sob marquises, bancos de praça com divisórias para impedir que pessoas deitem, ou jatos d’água programados em áreas públicas são exemplos de como o espaço urbano é projetado para expulsar e marginalizar a população em situação de rua.
- Vigilância e Segregação: A observação constante e desconfiada por seguranças em lojas e shoppings, ou a própria escolha de rotas para evitar áreas consideradas “perigosas” por serem mais pobres, são formas de segregação espacial.
- Linguagem Pejorativa: O uso de termos como “mendigo”, “favelado”, “pivete” ou “vagabundo” carrega uma carga de estigma que desumaniza e generaliza indivíduos, ignorando suas histórias e humanidade.
- Criminalização da Pobreza: A associação quase automática da pobreza com a criminalidade, a preguiça ou a falta de caráter. Essa visão alimenta narrativas que culpam o indivíduo por sua condição, ignorando as complexas estruturas sociais e econômicas que perpetuam a desigualdade.

Como Combater a Aporofobia? O Papel do Acolhimento e da Ação
Combater a aporofobia exige um esforço consciente e coletivo em múltiplas frentes. Não basta “não ser aporofóbico”; é preciso ser ativamente “anti-aporofobia”.
No nível individual, o combate começa com a empatia. Significa enxergar a pessoa por trás da condição de pobreza, ouvir sua história sem julgamentos e desafiar nossos próprios preconceitos e estereótipos.
No nível institucional e comunitário, o caminho é a ação direta, e é aqui que o trabalho da EXPOSOCIAL se torna uma ferramenta poderosa contra a aporofobia. Nosso trabalho é, em sua essência, um ato político e social de afirmação da dignidade humana:
- Nossas grandes Ações Sociais, como as realizadas na “Corrida Para Todos”, não são apenas assistencialistas. Ao levar dezenas de serviços de alta qualidade (jurídico, saúde, emprego, documentação) diretamente para as comunidades, estamos afirmando que o acesso a direitos e ao cuidado não é um favor, mas um direito de todos.
- Nossos cursos de capacitação profissional combatem diretamente a narrativa de que a pobreza é fruto de falta de esforço. Oferecemos ferramentas concretas para que as pessoas possam gerar renda, conquistar autonomia e reescrever suas próprias histórias.
- Nosso acolhimento a imigrantes e refugiados através do projeto ExpoImigrantes é a prática do antídoto contra a aporofobia, recebendo quem chega em busca de novas oportunidades com respeito e apoio prático.
Rumo a uma Sociedade que Acolhe, Não que Exclui
A aporofobia é uma das barreiras mais cruéis para a construção de uma sociedade justa. Ela fere, isola e nega oportunidades. Reconhecer sua existência é o primeiro passo. O segundo, e mais importante, é agir. Seja através do voluntariado, do apoio a organizações como a EXPOSOCIAL, ou da prática diária da empatia e do respeito, todos podemos contribuir para construir um futuro onde o valor de uma pessoa não seja medido pelo que ela tem no bolso, mas pela sua simples e inegociável condição de ser humano.
Continue acompanhando o EXPONEWS para mais conteúdos sobre nossos projetos, ações sociais e temas relevantes para a comunidade. Juntos, podemos construir um futuro mais justo e solidário!
Siga a EXPOSOCIAL no Instagram @exposocialcsm para atualizações diárias e fique por dentro de tudo que acontece!